quarta-feira, 6 de julho de 2011

Os Cristãos e o Facebook - Para pensar....


Por R. C Sproul Jr.



Os cristãos deveriam estar no Facebook? O que dizer sobre todas essas questões de privacidade que estão no noticiário atualmente?
Algumas vezes, me pergunto se o diabo não tem grande deleite na ironia, ao assistir nos examinarmos ao mesmo tempo em que perdemos o alvo. Embora eu esteja no Facebook e, portanto, pelo menos sustente uma convicção provisória de que isso é permitido aos cristãos, existem algumas razões para levantar algumas preocupações a respeito disso. Privacidade e falta de privacidade, entretanto, seriam provavelmente a última preocupação que eu levantaria. É com o anúncio público e controverso do Facebook a respeito de sua mudança na política de privacidade que, no entanto, muitos cristãos estão preocupados. Como, me pergunto, alguém pode usar uma tecnologia que existe para dizer ao mundo “Estou aqui. Venham me observar” e reclamar que o mundo está vindo observá-lo?
Qualquer pessoa que deseja mais privacidade pode conseguir isso facilmente. Não use o Facebook. Se você já usa, pare. Estamos nos comovendo moralmente por todos os motivos errados. Estamos consternados com os proprietários do Facebook por ousarem mudar sua política (o que, lembre-se, a política original defendia como uma decisão deles) ao invés de nos abalarmos com nós mesmos por implicitamente quebrarmos o oitavo mandamento. Pensamos que, por sermos usuários do Facebook, isso nos torna proprietários do Facebook, e assim exigimos isso ou aquilo de seus proprietários verdadeiros.
Dito isso, aqui estão algumas preocupações muito reais que tenho em relação ao Facebook. Primeiro, ele se tornou um deus para nós? Quando Deus ordena que não tenhamos outro deus diante dEle, Ele não quer dizer posicionado acima dEle, mas em Sua presença. Se o Facebook tornou-se indispensável para você, você precisa parar. Segundo, tornou-se uma imagem de escultura? Você confunde a realidade do Facebook com a realidade verdadeira? Você realmente pensa que tem 200 amigos?Terceiro, você tem tomado o nome do Senhor em vão? Isto é, você, em momentos de fraqueza, difamou publicamente nosso testemunho cristão? Você está rindo de seus antigos pecados com aquele velho colega da faculdade ou da escola?
Quarto, o Facebook está me dando a paz do Senhor ou me agitando? (E, por favor, note a grande diferença entre aquela paz que excede a todo entendimento e a “paz” que recebemos quando alimentamos um hábito, satisfazemos um vício). Fico tenso se não faço login? Fico mais animado depois que desloguei? Quinto, estou honrando as autoridades sobre mim? Esposas, vocês estão falhando em honrar seus maridos porque estão muito ocupadas lendo sobre seus amigos? Filhos, vocês estão falhando em honrar seus pais porque estão muito ocupados cutucando?
Sexto, essa tecnologia honra a vida? O cyber-espaço pode ser um deserto inóspito, não porque é cheio de pornografia e jogo, mas porque não é real, porque é gnóstico. Sétimo, você está amando seu cônjuge no Facebook? O fluxo de nostalgia de reencontrar amigos há muito perdidos te encoraja a estar insatisfeito? Você está secretamente olhando para aquela antiga namorada? Você já caiu em adultério simplesmente por desejar que pudesse ter dezesseis anos novamente? Ou você não sabe que o Facebook pode facilmente degenerar em pornografia relacional? O poder da pornografia é que você pode ter as alegrias da união sexual sem ter um relacionamento real com uma pessoa real. O poder do Facebook é quase o mesmo.Oitavo, você está roubando de seu empregador horas completas de trabalho porque tem um segundo emprego no Farmville ou como chefão do Mafia Wars? Ou simplesmente porque você está desperdiçando suas horas de trabalho jogando?
Nono, você está mentindo? Isto é, o você que você apresenta no Facebook é o você verdadeiro? Essa tecnologia tem uma capacidade perniciosa de tanto esconder a realidade quanto de nos levar a pensar que a estamos mostrando e vendo. Por que nossas atualizações são todas sobre nossas vitórias – Acabei de fazer cookies para a família; Meu filho acabou de marcar o ponto da vitória; ao invés de nossas falhas? – Acabei de gritar com minha filhinha; Deixei meu computador no aeroporto e ele se foi? Mantenha atenção particular nesse ponto. Décimo, o Facebook está encorajando o contentamento ou o ressentimento? Você está invejando a quantidade de amigos do seu próximo? Você tem ciúmes de quantos “curtir” há nos posts dele se comparados aos seus? Você está contente com a vida real que está levando quando se afasta do teclado?
Por favor, não interprete mal esse pequeno experimento de reflexão. Suspeito que poderíamos caminhar pelos Dez Mandamentos à luz de nossa igreja e encontrar as mesmas tentações. Isso não significa que você deva ficar longe da igreja. Significa que deveríamos ser deliberados o bastante para saber o que estamos fazendo e porque estamos fazendo. E deliberar começa por afirmar que nossos corações são não apenas desesperadamente corruptos, mas enganosos também. Não precisamos proteger nossa privacidade. Precisamos, ao contrário, expor nossos pecados à luz, à luz da Escritura para que possamos nos arrepender e crer, para que Sua face resplandeça sobre nós.
Não precisamos protejer nossa privacidade. Precisamos, ao contrário, expor nossos pecados à luz, luz das Escrituras.
Traduzido porJosías Jr / Fonte: iPródigo

Uma boa leitura!


Afinal: Você Confia ou não Confia?


Carlos Moreira
Ontem à noite eu me vi diante de uma cena inusitada... Minha filha Gabi colocou na orelha um brinco e ele entrou na pele, o que fez com que a região inflamasse e sua retirada se tornasse algo extremamente doloroso.
Sei que Gabriela ama a mãe loucamente, confia nela cegamente, mas aquela situação a fez agir de forma inusitada. Ela corria de um canto para outro e não deixava a gente, sequer, se aproximar para ver o que precisava ser feito. Em certo momento, senti a angústia nos olhos de Fabiana, algo do tipo: “milha filha, ou você confia ou não confia!”.
É fácil manter a confiança quando o contexto é favorável, quanto o problema é contornável, quando os envolvidos são confiáveis, quando as medidas a serem tomadas são palpáveis. Mas, e quando não?...
Aqui surge uma questão: como confiar quando os fatos são contrários, quando Deus se torna “indisponível”, ou o céu mostra-se impermeável, quando o “telefone” do Altíssimo fica dando “caixa postal”? O que fazer no momento em que as coisas, aparentemente, não possuem sentido ou lógica, e o caos aproxima-se de nós com um apetite voraz?
Como todos sabem, gosto muito do profeta Habacuque. Trata-se de um homem suigeneris, pois, ao invés de começar seu ministério confrontando aos homens, ele parte para questionar o próprio Deus. Por isso, de cara, me apaixonei por ele, pois em Habacuque não existem “salamaleques” para com o sagrado, ele é um ser perplexo em busca de respostas, assim como eu.
A questão central no livro de Habacuque é o afastamento de Israel da comunhão e intimidade com Deus. Profeta do período pré-exílico, ele constatou que o bem se afastara da vida dos seres humanos, assistiu ao desvirtuamento das relações, viu o poder sendo usado para esmagar o próximo, o estabelecimento da corrupção, da volúpia por sangue, da ganância, do desamor como praxis, ou seja, a inexistência de todos os matizes dos quais é constituída a matriz de valores do Evangelho.
Depois de insistentes questionamentos sobre o fato de Deus está, aparentemente, inerte a toda aquela situação, Habacuque recebe, então, a sua resposta. Foi impossível não lembrar de Guimarães Rosa “esperar é reconhecer-se incompleto”. Ah, coisa difícil é esperar... sobretudo, esperar por Deus... Ele parece sempre estar indisponível no dia da calamidade, da dor, da solidão, da tragédia.
Todavia, a resposta que Deus deu ao profeta não lhe agradou. Ele estava preparando, como “vara de juízo” sobre o Seu povo, uma nação ainda mais perversa, corrupta e dura: os Assírios. Aí o profeta foi à loucura! “Como assim Deus?! Você vai nos disciplinar usando gente mais corrompida do que nós mesmos?!”.
Sei que não está escrito no livro de Habacuque, mas, neste ponto, penso que Deus questionou o profeta: “afinal, você confia ou não confia?”. E é justamente aí, em meio à perplexidade, ao inexplicável, ao ilógico, ao contraditório, ao irracional, ao desconexo, que surge um homem resignado a obedecer e aceitar os desígnios do amor de Deus, pois, mesmo quem ama, tem de ser firme.

Ouvi isso, e o meu íntimo estremeceu, meus lábios tremeram; os meus ossos desfaleceram; minhas pernas vacilavam. Tranqüilo esperarei o dia da desgraça que virá sobre o povo...”.

A lição que tiramos da vida deste homem é que confiar não é uma ação que nasce na consciência, mas no coração. Confiar é lançar-se no absurdo, no insondável, é abrir mão de racionalizações, de conjecturas. Confiar é resignar-se, aquietar-se, render-se, sublimar-se, é ir na contra-mão, no contra-fluxo, esperar o inexplicável, aguardar o improvável, ter a certeza de que, ainda que contra todas as evidências, Deus nos fará bem e nos trará a paz.

Habacuque nos ensina que ainda que o fluxo natural da existência – “mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos”, seja, por algum motivo, alterado, ainda assim ele confiará no Senhor, pois diz: “exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação”.

O nome Habacuque significa “abraçado por Deus”. Não sei o que se passa em sua vida, mas eu, particularmente, tenho vivido dias muito difíceis... Algo, entretanto, me fala ao coração: “filho muito amado, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei, recebe o abraço do teu Pai”. E eu lhe pergunto: “do que mais precisarei?”.

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